Anos 50. Ao lado do Edifício Ana Cristina, no espaço hoje ocupado pelo estacionamento e pela loja de tecidos Huddersfield, havia um terreno baldio. Pertencia a um amigo do Fatuch, então Presidente do Bloco Carnavalesco “Não Agite”. Era, na verdade, um espaço vazio entre três paredes de alvenaria, que o Fatuch conseguiu emprestado para funcionar como sede do Bloco e ponto de arrecadação de fundos para o Carnaval. O próprio Fatuch e os sambistas José Maria Pires, Almir Malagueta, Ronald Pereira, Mauro Cezimbra e Cesar Rodacki tomaram posse do local e ali promoviam rodas de samba todas as noites até altas horas. Para demarcar o espaço, Cesar Rodacki – que, além de tocar tamborim, era artista plástico – pintou um grande mural com cenas de samba na parede dos fundos. Uma noite, enquanto a turma arrecadava dinheiro para o desfile, batucava e bebia cachaça, entrou na sede um senhor moreno, esguio, elegante, vestindo terno e gravata. Pediu uma cachaça e um pandeiro e ficou ali, feliz, batucando com a turma. Tocava pandeiro muito bem. E só quando se despediu todos ficaram sabendo que se tratava do General Iberê de Mattos, ninguém menos do que o prefeito da cidade.
// Paulo Vítola
segunda-feira, 16 de março de 2009
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