
Ela saía correndo da banca de flores com uma rosa na mão. Uma rosa roubada sob os olhares condescendentes dos floristas. Lá vinha um casal, passeando tranquilo pela Boca Maldita. E ela não pensava duas vezes antes de dar a flor roubada à mulher que passava. Tudo isso para distraí-la enquanto dava um beijo caprichado no acompanhante, fosse quem fosse. Se corresse, ela corria atrás. Não adiantava fugir. Gilda era assim. Sempre alegre e espalhafatosa, foi o travesti mais famoso da cidade e encheu a praça de gargalhadas durante a década de 1970. A pergunta era simples e direta: uma moeda ou um beijo? O risco era escolher a primeira opção e acabar levando o pacote completo.
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