quinta-feira, 30 de abril de 2009
O arranhacéu
Passa um pedestre curioso e logo para. Passa mais um e se junta ao lado do primeiro. Chegam outros, homens, mulheres, crianças, idosos, famílias inteiras. Eles se aglomeram, olhando para o alto, incrédulos. Pessoas vindas de todo o Paraná se acumulam para ver de perto a construção daquele que seria o primeiro arranhacéu do estado e o terceiro do país. Era final da década de 1920 e, inspirado no mais sofisticado estilo art-déco, o Edifício Garcez se erguia em frente à praça e aos olhos maravilhados dos paranaenses.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
"Somos muchachos de gran corazón"
Eles montam seu palco, tiram os instrumentos das malas. Microfones e caixas de som funcionando. Vitrine de CDs montada. Tudo pronto. O público começa a se aproximar e lá vão eles. Há 9 anos esse ritual é repetido todos os dias no início da tarde em frente ao relógio da Praça Osório. Esse trio de músicos peruanos já fez história cantando os maiores sucessos do seu país e da vizinha Bolívia. Quem simplesmente passa por eles não imagina o sucesso desses "muchachos de gran corazón", como se chamam em suas canções. São em média 25 CDs vendidos por dia e viagens para apresentações em outras cidades do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro. Pois é. A roda de curiosos que se forma ao redor do grupo todos os dias no início da tarde é a prova de que realmente a música peruana caiu no gosto de muita gente. Quem trabalha ao redor da praça, até mesmo aqueles que têm uma ou duas - talvez mais - ressalvas em relação ao estilo musical, não nega que já sabe de cor o repertório dos muchachos peruanos.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
As pessoas correm
quinta-feira, 9 de abril de 2009
E eles conversam...
São 6.30h da tarde. Hora da saída. Os alunos se reúnem na rua à frente da escola e conversam, riem e se divertem. Conversam, conversam, conversam. No entanto não se ouve nenhum som que não o dos carros entrando e saindo dos estacionamentos, das vendedoras fechando as portas das lojas ou dos camelôs gritando em busca daquele último cliente. E o alunos conversam. Mãos e dedos se confundem em gestos tão rápidos que se fazem inimagináveis. Quase como se estivessem abreviando os movimentos para contar todas as novidades em um tempo tão curto. Passar pela Praça Osório no final da tarde e ver os grupos de amigos que saem do Instituto de Educação do Paraná e se reúnem para fazer uma boquinha na feirinha depois da aula é passar por essa experiência, de quem se comunica sem pronunciar palavra alguma.
terça-feira, 7 de abril de 2009
A dama e sua pergunta
Ela saía correndo da banca de flores com uma rosa na mão. Uma rosa roubada sob os olhares condescendentes dos floristas. Lá vinha um casal, passeando tranquilo pela Boca Maldita. E ela não pensava duas vezes antes de dar a flor roubada à mulher que passava. Tudo isso para distraí-la enquanto dava um beijo caprichado no acompanhante, fosse quem fosse. Se corresse, ela corria atrás. Não adiantava fugir. Gilda era assim. Sempre alegre e espalhafatosa, foi o travesti mais famoso da cidade e encheu a praça de gargalhadas durante a década de 1970. A pergunta era simples e direta: uma moeda ou um beijo? O risco era escolher a primeira opção e acabar levando o pacote completo.
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